Espaço Bioconstruido

     A meditação é uma das práticas mais importantes na Estação Nhanderú Eté, em Campina Grande do Sul -PR. Por este motivo, um salão destinado a esta prática, era de suma importância para as pessoas que frequentam o lugar.

Foto: Soraya Molina

     Com a perspectiva de utilizar o máximo possível materiais encontrados no local, o salão de meditação incorporou em suas paredes o barro da região, que associado à madeira, deu ao projeto uma característica marcante e aconchegante ao ambiente. Abaixo, foto tirada do interior do salão, onde é possível visualizar as paredes feitas em terra e a estrutura da edificação.

Foto: Soraya Molina

     A forma da estrutura de cobertura, é conhecida como vigas recíprocas ou vigamento recíproco, onde uma madeira dá suporte à distribuição de carga da outra e literalmente a expressão "onde todos trabalham, todos trabalham menos" acontece, como pode ser visto abaixo.

Foto: Soraya Molina

     E para finalizar a ecologia aplicada ao projeto, o telhado utiliza terra e grama ao invés de telhas cerâmicas. Se as cidades utilizassem esta tecnologia, diminuiriam as ilhas de calor urbano, auxiliando na economia de energia elétrica durante o verão pois a cidade ficaria mais fresca, e o interior da edificação também pois o telhado vivo é um excelente isolante térmico.

 Foto: Soraya Molina

     O telhado jardim ou laje jardim como também é chamado, pode ajudar no controle das enchentes nas grandes cidades, por funcionar como uma esponja e segurar a água após a chuva, fazendo com que a mesma demore para chegar aos rios assoreados e canalizados dos grandes centros urbanos. O albedo, que é o índice de raios solares que são refletidos para a atmosfera e contribuem para o aumento do efeito estufa, também diminuiria, isto tudo, além de ser um telhado paisagístico que sequestra carbono e não usa telhas queimadas em fornos com queima de combustíveis.

Aberta temporada de plantios - Estação Borá

Foi próximo ao final de agosto que a chuva deu sinal aqui no norte do Paraná. Germinando então os ânimos para iniciar mais uma temporada de plantios aqui na Estação Agroecológica Borá. Iniciamos com a regularização de uma não conformidade que apresentamos durante nosso processo de certificação orgânica. Após retirar todas as plantas da beira da estrada municipal enfim realizamos o plantio de napie por toda extensão da propriedade. 

Cerca viva de napie crescendo.
Foto: Fábio Rocha
Cumprindo papel de cerca viva e quebra ventos. Resolvemos optar pelo plantio dessa variedade por sugestão do nosso consultor e também por que não poderíamos manter nenhuma variedade que explorássemos comercialmente ( havia café, medicinais, frutíferas...) Então foi a vez de plantar feijão caupi nas entre linhas de café. Após germinarem e estarem com cerca de 20 cm entramos com o plantio de milho crioulo nos espaços entre o feijão.

Limpeza do feijão caupi.
Foto: Renata Lais Rocha.
Vamos aguardar e ver como vão se comportar. Na entrelinha do café de outro talhão, também realizamos um canteiro com mandioca, milho e feijão. 

Mandioca Milho e feijão nas entrelinhas de café.
Foto: Fábio Rocha.
Outra atividade que realizamos foi o feitio de Biofertilizante enriquecido com Super Magro. Receita que tomamos conhecimento através da cartilha da Jornada de Agroecologia. 

Biofertilizante enriquecido - Supermagro
Foto: Fábio Rocha
O Super Magro é um conjunto de micronutrientes que enriquece o fertilizante. Estamos compostando o esterco com melado e leite e de acordo com a receita acrescentando nutrientes e alimentos. Será este o nosso fertilizante desta temporada. Rotacionamos cultura também em um setor que plantamos milho crioulo para ensilagem na temporada de inverno passado. Realizamos o plantio por estes dias. Foi um coquetel composto por girassol, guandu, caupi, feijão de porco, gergelim, mucuna preta e cinza. Foi realizado plantio a lanço. Aproveitamos para realizar o restauro das curvas de níveis deste setor. Abrimos mais uma área de implantação agroflorestal. Desta vez foi feito mecanicamente e a intenção e experienciar a técnica de plantar morro acima, com o objetivo de operar com maquinas em todo manejo (roçadas, pulverizações e incorporações na terra) No dia de hoje realizamos o plantio no intervalo da chuva. O coquetel deste plantio foi: mamona, margaridão, leucena, pau-jacaré e angico. Estamos iniciando o manejo de verão do café agroflorestal em conjunto com o andamento das atividades. É um pouco mais delicado e moroso, pois entramos primeiro com uma roçada, para então entrar com facão e realizar os manejos necessários. Tudo o quanto é anual estamos deitando no chão, restando apenas as perenes. Destaque especial para as bracatingas que se adaptaram muito bem e já passam dos 5 metros apesar dos seus 3 anos de plantios. 

Setor Agroflorestal 01 - Café, noz pecã, bracatinga, eucalipto e adubo verde.
Foto: Fábio Rocha.
As próximas etapas para este setor agroflorestal e realizar plantios de mudas que estão no viveiro aguardando a vez. Estão na fila banana, ipê, aroeira, leucena, bambu... O planejamento é  entrar com a fertilização com pó de carvão e Biofertilizante em conjunto com a calda bordalesa após os manejos finalizados. Por enquanto nossa atualização é esta. Juntamente com a satisfação de dormir sabendo que nossa parte fizemos (que é plantar) agora é zelar e permanecer agradecendo ao Criador por cada benção.

Participação em Cursos



Aconteceu nos dias 12, 13 e 14 de Agosto /2014 no espaço da Nova Oikos - Permacultura & Decrescimento, em Camboriú, SC, o curso internacional:

MANEJO HOLÍSTICO DE PROPRIEDADES - GESTÃO AGROSUSTENTÁVEL


Ministrado pelo Eng. JAIRO RESTREPO RIVERA divulgador e consultor internacional em agricultura orgânica, proteção ambiental, análises cromatográficas de solos, reciclagem e desenvolvimento rural sustentável com mais de 30 anos de experiência e mais de 750 conferências e inúmeras publicações nesta área.


Foto: Rafael Cabreira

Os participantes e os integrantes do IPEPA puderam ampliar seus conhecimentos e experiências em diversos assuntos, dentre alguns se destacaram:
  • Desafios enfrentados na transição de sistemas de produção rural "convencionais" para orgânicos;
  • Desmistificação dos benefícios da certificação;
  • Manejo de pomares, pastagens e bosques;
  • Manejo de animais e produção de insumos;
  • Bocashi e biofertilizantes;
  • Viveiros de mudas e produção orgânica;
  • Agrotecnologia, economia rural, ecologia, políticas publicas, sociologia, etc.




Foto: Rafael Cabreira

O evento contou com a organização do Grupo PANGEA - Gestão Holística


Informações gerais:




Foto: Rafael Cabreira

Programação do curso:

1º dia
Introdução à  Agricultura Orgânica: os desafios de "La Pachita" (propriedade familiar).

Desafios da transição: estudo de caso com pomares orgânicos, produção de insumos próprios, viveiros produtivos e arrozeiras. 

2º dia
Visita técnica: Espaço Rural Panaceia - Limeira, Camboriú, SC. Propriedade familiar: sonhos, produção e sustentabilidade. Dados gerais da propriedade, dados técnicos para avaliação de caso e análise dos dados.

3º dia
Integração e construção das propostas, apresentação, discussão e análise dos ressultados.

Estiveram presentes no evento: Deives Maikel, Eng. Agrônomo, Permacultor e Consultor do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores); Guilber Wistuba, Turismólogo e Permacultor; e Rafael Cabreira, Zootecnista e Consultor em Permacultura. 

Abelhas sem ferrão

Também conhecidas como abelhas indígenas, estas "abelhinhas" na verdade se dividem em duas categorias, as meliponas ou meliponídeos e as trigonas ou trigonini. Nativas das florestas de todo o mundo, caracterizam-se por habitarem ocos de árvores, produzirem um mel medicinal de sabor e textura diferentes do mel das abelhas africanas ou africanizadas que possuem ferrão (apis melífera).

Nós do IPEPA, difundimos a prática da parceria com estes maravilhosos bichinhos, pois entendemos que esta "simbiose" apresenta inúmeros benefícios. Primeiramente é preciso observarmos e descobrir quais tipo de abelhas nativas existem em nossas biorregiões, para não introduzirmos uma espécie que terá dificuldades em se adaptar em nosso bioma. Depois recomendamos muita leitura, visualizações de vídeos na internet, e o mais importante; Participar de um curso de capacitação, antes de sair por aí atrás de lidar com as amiguinhas.

     Em São João do Triunfo, aconteceu dos dias 27 a 30 de Julho um curso de Meliponicultura, no Sítio Estância Marrizinha, localizado na comunidade de Pinhalzinho. Na ocasião participaram Permacultores da Estação Jaguatirica e da Estação Cruvatã de Agoecologia. Abaixo postamos algumas imagens da Estação Jaguatirica de Permacultura.

     Na imagem de cima, podemos ver em primeiro plano, uma parte de nossa estação de tratamento de esgoto com plantas. Já no segundo plano à direita, está uma de nossas caixas de abelhinhas nativas da espécie mandaçaia. Ao fundo como vocês podem perceber, está a nossa agrofloresta composta por erva-mate, butiás, araucárias, cerejeiras e outras espécies nativas de nossa flora. Tais espécies de plantas, combinadas com as abelhas nativas, reproduzem o ecossistema local como ele realmente é, implantando assim na Estação de Permacultura, o conceito de Floresta Produtiva, conhecido como Agrofloresta.


     Ao aproximarmos, percebemos a base de sustentação e uma garrafinha utilizada para combater o forídeo, inimigo número um das abelhinhas indígenas. Ali será colocado o vinagre de maçã, que servirá de atrativo ao mosquitinho indesejado.


     Observe que a caixinha é parafusada nesta base de metal que está concretada dentro do cano, para evitar que eventuais pessoas ou animais silvestres e domésticos derrubem a caixa do lugar.


     Ao abrirmos a caixinha, na divisória direita, encontramos os invólucros de cera e os discos de postura. Não é possível ver as abelhas pois demoramos um pouco para bater a foto e elas se esconderam.


     Já à esquerda da caixinha, encontramos as melgueiras e potes de pólen. Veja que em ambos os lados há bastante própolis cristalizado nas bordas para vedar as aberturas da caixa e proteger o enxame.

     Nesta imagem o nosso amigo engenheiro agrônomo Deives, que também é agroecologista, está instalando uma isca para recepcionar os futuros enxames que por ventura as abelhinhas nativas venham a soltar pela floresta. Depois deste recipiente, elas serão colocadas em uma caixinha de madeira para facilitar a manutenção.

VEJA ESTA NOTÍCIA SOBRE ABELHAS NATIVAS: CLIQUE ===> AQUI <===


Horta Urbana

     O Arquiteto e permacultor Fábio Remuszka (Fafu), construiu uma horta um pouco diferente na Estação Boqueirão de Permacultura, localizada em Curitiba. Com o intuito de dar um uso nobre para velhos tambores plásticos e caixas de isopor que são descartadas por restaurantes de gastronomia japonesa em Curitiba, Fafu construiu dentro destes recipientes que antes transportavam peixes, uma bela horta urbana.

Foto: Jopa Santana

     Ao fundo podemos observar o escritório do restaurante Choripã, onde acontece também a captação de água da chuva, que escorre do telhado e depois é utilizada para irrigar as plantas.  Com o intuito de reproduzir o nível freático do subsolo, o permacultor simulou em cada módulo da horta, diferentes camadas, inclusive colocando pedras e pedriscos, criando um verdadeiro sistema de capilaridade, onde ficará armazenada a água que os vegetais utilizarão para viver. 
     Deste ambiente saudável e inteligente que reutilizou velhos pallets, caixas de isopor e tambores plásticos antigos, saem deliciosas saladas e condimentos, que muitas vezes são servidos no bar Gastrônomo Pinho, o Choripã que fica na região central de Curitiba. 

Vídeo da construção da horta


Ou assista o vídeo da construção da Horta Urbana  ===> AQUI <===


FAO-ONU, Plataforma de boas práticas

     O grupo do IPEPA foi convidado pelo departamento da ONU - Organização das Nações Unidas, responsável pela agricultura e alimentação, também conhecido como FAO/ONU, para uma reunião a respeito de uma plataforma on-line, que está mapeando e difundindo boas práticas em diversas ações de desenvolvimento sustentável em setores relacionados à alimentação, agricultura, meio ambiente e também energias renováveis. 

Foto: Jopa Santana

     Na ocasião estiveram presentes diversos representantes das Estações de Permacultura do grupo IPEPA, os quais tiveram a oportunidade de conhecer a plataforma e também expôr as experiências praticadas e difundidas pelo grupo nas regiões onde atuam.
     O representante da instituição, Carlos Antônio Biasi, que recebeu o grupo na Sede da FAO em Curitiba, explicou a plataforma, seus objetivos e suas projeções ao redor do globo. O IPEPA por sua vez, comprometeu-se em levar para uma discussão interna a proposta de parceria/divulgação de suas ações e procurar novamente a FAO para novos diálogos.

ACESSE A PLATAFORMA  ===> AQUI <===


Galinhas no composto!

     Como temos a prática de fazer pilhas de compostagem ao redor de nossa casa e constantemente nossas galinhas reviram e espalham o composto, é comum nos finais de semana refazermos as pilhas. Nesta sexta-feira que passou, ao realizarmos esta tarefa, encontramos uma ninhada de pintinhos com sua mamãe. Como a previsão era de temperaturas baixíssimas, inclusive com possibilidade de geada, resolvemos trazer a turminha para dentro de casa. Na foto abaixo vocês podem ver os bichinhos com sua mãe e uma lâmpada de baixa potência, porém incandescente, que fica permanentemente acesa para mantê-los aquecidos nestas noites frias.

Foto: Jopa Santana

     Somente no último mês fomos surpreendidos por mais de 50 novos pintinhos de galinhas caipiras. Caipiras pois são uma verdadeira mistura de raças. Da Estação Manduri de Permacultura, conseguimos exemplares das espécies Cornish e Índio. Já os Gigantes Negros vieram de outros sítios próximos. 



Captação de água da chuva

   
    Sob a supervisão do arquiteto e permacultor Fábio Remuszka, o pessoal da Estação Boqueirão de Permacultura, instalou este sistema de captação de água da chuva. Ele é constituído de tubos, reservatório e bomba d'água para irrigar a horta, que fica a uma distância de aproximadamente vinte metros. Trata-se de um sistema simples e eficaz de captação e reúso de água das chuvas, uma vez que seu destino final é a horta, não demandando detalhes mais complexos.

Foto: Jopa Santana

     Observem que a água cai direto no reservatório, sem uma separação de possíveis sujeiras que ocasionalmente possam estar na calha. Isto não é um problema quando o uso desta água não demanda a  necessidade de filtragem ou outro tipo de tratamento, porém devemos sempre fazer a correta limpeza do reservatório para não comprometer a bombinha elétrica que irriga a horta.

     Parabéns ao pessoal da Estação Boqueirão!



Tratamento de Bambu

     Nossos amigos Pinho, Felipe Bisinella e Fábio Remuska, permacultores que atuam na Estação Boqueirão de Permacultura, conseguiram cortar alguns bons bambus na região metropolitana de Curitiba e os transportaram para um sítio na cidade de Bocaiúva do Sul-PR, onde mora nosso amigo felipe.
     Lá será feito o tratamento destas varas, supervisionado pelo permacultor e arquiteto Fábio Remuska.

Fotos: João Carlos Scalzo (Pinho)

     Observem que a espessura das paredes destas varas podem passar de uma polegada e seus diâmetros podem chegar a 20 centímetros, tornando este material uma excelente opção para a construção civil, substituindo com facilidade, beleza e robustez, muitas madeiras que hoje são difíceis de serem encontradas e muitas vezes encontram seus cortes e manejos proibidos por lei.

Referência de escala. Foto: João Carlos Scalzo (Pinho)

     Ainda não conversamos com o Fábio e demais companheiros sobre o tratamento que será dado à estas varas. Assim que tivermos maiores detalhes postaremos aqui!

Foto: João Carlos Scalzo (Pinho)


Bambu

Bambus em São João do Triunfo-PR

     Apesar do frio que fez ontem, aproximadamente zero graus na madrugada, perto do meio dia de hoje fez um lindo Sol, que possibilitou um passeio pela pequena floresta que está em regeneração na Estação Jaguatirica de Permacultura.
     Durante o passeio, foi possível verificar que a muda de bambu, da espécie Guadua Chacoensis, que foi plantada há dois anos, continua crescendo. A foto abaixo, mostra um de seus primeiros brotos que passou de 3 metros de altura mas que ainda não apresenta a espessura do brotos futuros. Observem a característica desta espécie, que é ao lado da gema (perto do nó) existir a presença de dois espinhos. Um está em primeiro plano e o outro por trás da varinha.

Foto: Jopa Santana